Mata Atlântica em Pé: operação combate 46 pontos de desmatamento em MS

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Desde ontem, dia 10 de setembro, uma verdadeira força-tarefa de combate ao desmatamento e incentivo a recuperação das áreas degradadas da Mata Atlântica em todo o Brasil. Mato Grosso do Sul e outros 16 estados abrigam o bioma no país e nos próximos dias recebem reforço nas fiscalizações até o fim do mês.

Em Mato Grosso do Sul, a operação contará com o apoio da PMA (Polícia Militar Ambiental), que fará fiscalizações em 46 locais identificados pelo Núcleo de Geotecnologias do Ministério Público que são alvos de desmatamento na vegetação nativa em área do bioma da Mata Atlântica.

Os alvos foram extraídos a partir dos dados elaborados pelo Programa DNA Ambiental (Programa de Detecção de Desmatamento Ilegal de Vegetação Nativa), que usam análises multitemporais para identificar os desmatamentos possivelmente ilegais.

Bonito é uma das cidades que vive a Mata Atlântica. O Parque Nacional da Serra da Bodoquena, com suas montanhas de rochas calcárias, diferente de qualquer outra no Estado, e sua floresta que envolve campos alagados e rios, é maior trecho do bioma em Mato Grosso do Sul, com 76,4 mil hectares. Boa parte dos atrativos naturais de Bonito, Jardim e Bodoquena também estão cercados pelo que já foi a segunda maior floresta tropical do Brasil.

Essa é a 5ª edição da operação. Desta vez, as atividades de fiscalização prosseguem até o fim do mês e pretendem identificar as áreas de Mata Atlântica desmatadas ilegalmente nos últimos anos, cessar os crimes ambientais e responsabilizar os autores nas esferas administrativa, civil e criminal.

Desmatamento crescente

Dados da edição mais recente do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, publicado em maio deste ano, mostra um aumento de 66% de redução do bioma em relação ao ano anterior.

Foram 21.642 hectares de floresta nativa desmatada entre 2020 e 2021 – o equivalente a mais de 20 mil campos de futebol. No período de 2019 a 2020, o registro foi de 13.053 hectares. Comparando com a marca de 2017 a 2018, o menor índice de desflorestamento da série histórica, cerca de 11.399 hectares, o aumento chega a 90%.

Outro dado trazido pela última edição do levantamento é o de que, no período 2020 a 2021, apenas dois estados apresentaram queda no desflorestamento, enquanto cinco unidades da Federação acumulam 89% de todo o desmatamento identificado: Minas Gerais (9.209 ha), Bahia (4.968 ha), Paraná (3.299 ha), Mato Grosso do Sul (1.008 ha) e Santa Catarina (750 ha).

Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco, que, de acordo com as séries históricas, estavam próximos do fim do desmatamento, registraram alta no levantamento mais recente.

Uma das florestas mais ricas em diversidade de espécies, a Mata Atlântica abrange uma área de cerca de 15% do total do território brasileiro, em 17 estados. O bioma é também um dos mais ameaçados, restando atualmente apenas 12,4% da floresta que existia originalmente no País – sendo 80% desses remanescentes localizados em áreas privadas.

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