Incêndio de grandes proporções já atinge 1500 hectares de banhado em Bonito

Na noite desta quarta-feira (7), foi detectado um incêndio de grandes proporções no Banhado do Rio da Prata, no município de Bonito. O trabalho de combate as chamas se estendeu durante toda a madrugada e segue até o momento, com apoio de 50 bombeiros de Campo Grande e de Jardim, além de 12 brigadistas do ICMBIO, colaboradores da Fundação Neotropica, Secretaria de Meio Ambiente de Bonito e moradores das fazendas Arco Iris e Figueira, que são as principais afetadas pelo incêndio.

Segundo informações da Fundação Neotrópica, as chamas ameaçam o Banhado do Rio da Prata, área prioritária para conservação ambiental de acordo com normativa n. 421 do IBAMA, em área vizinha ao Parque Nacional da Serra da Bodoquena. “Os banhados são áreas prioritárias para a conservação, inclusive pela importância de sua biodiversidade e para a conservação dos recursos hídricos”, detalha o superintendente executivo da FNB, Rodolfo Portela.

Equipes que estão no local detalharam que o fogo atingiu os dois lados banhado, queimando cerda de 20 a 25% da área de banhado a cima da Fazenda Arco Ires até o Parque Nacional da Serra da Bodoquena. No momento os esforços estão concentrados em não deixar o fogo passar para região do Parque, visto que o horário, devido ao calor, não é adequado para combater as chamas. Ainda segundo informado, aparentemente a vegetação nas morrarias não foi muito atingida pelas geadas e o que tem impedido o fogo de subir os morros. As equipes devem continuar no local e intensificar os trabalhos no final da tarde.

As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas. A Brigada do Parque Nacional foi a primeira a chegar no local, ainda na tarde de ontem, para tentar conter vários pequenos focos em diferentes pontos da Fazenda Arco Íris, porém devido ao tempo seco e o vento, o fogo se espalhou tomando grande proporções. Imagens divulgadas durante a noite mostram o tamanho da área afetada.

“O fogo é um agente natural, porém, a ação humana catalisa este processo e aumenta também as proporções do fogo, o que torna este evento uma grande ameaça para a conservação. Isso demonstra a fragilidade de proteção dessas áreas”, explica o Superintendente da Neotrópica.