Imagens de avião de agrotóxico sobrevoando próximo a região de rios gera polêmica em Bonito

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Vídeos compartilhados em grupos de mensagem mostram um avião, aparentemente de agrotóxico, sobrevoando uma área próxima a um dos principais rios de Bonito e acenderam discussões sobre a permissão ou não desse tipo de prática na região. Conforme apurado pela reportagem do Bonito Mais com o promotor de Justiça Alexandre Estuqui Junior, não há legislação específica que proíba a aviação agrícola no município, desde que, obedecendo as determinações do MAPA (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Conforme a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 3 DE JANEIRO DE 2008 – Art. 10 –  Para o efeito de segurança operacional, a aplicação aeroagrícola fica restrita à área a ser tratada, observando as seguintes regras:

I – não é permitida a aplicação aérea de agrotóxicos em áreas situadas a uma distância mínima de:

  1. a) quinhentos metros de povoações, cidades, vilas, bairros, de mananciais de captação de água para abastecimento de população;
  2. b) duzentos e cinqüenta metros de mananciais de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais;

As imagens foram gravadas na região da Fazenda São Geraldo, onde está localizado o Rio Sucuri, que está entre os rios de águas mais cristalinas do mundo. O proprietário do local, Gerado Majella explicou a reportagem que tanto a pista de pouso, onde as imagens foram gravadas, como a área de lavoura, estão há pelo menos 2 quilômetros de distância do Rio Sucuri.

“Existem diversas regras a serem seguidas na aviação agrícola, incluindo o mínimo impacto e o menor desperdício de produtos. O avião, para jogar o produto, tem que estar voando baixo, coisa de quatro metros do chão, quase alcançando as folhas mesmo, além de não fazer o voo quando há vento. Ele também só libera o produto quando está em linha reta, na área delimitada pelo GPS, então quando ele faz a curva, por exemplo, ele suspende a liberação. Nós trabalhamos com uma agricultura de precisão, onde tudo é minimamente calculado, inclusive o tempo de voo e quantidade de produto utilizado. O produtor paga por cada um e a empresa responsável trabalha rigidamente para não haver desperdícios”, detalha.

A proprietária do atrativo turístico, Cristiane Spani, também reforça os cuidados com a preservação do rio. “Eu sou uma das maiores interessadas em manter a integridade do Rio Sucuri, então jamais permitiria uma atividade que colocasse em risco a qualidade da água, bem como a fauna e flora local, por isso inclusive, criamos a RPPN São Geraldo (Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda São Geraldo), visando a conservação da natureza e a proteção das nascentes do Rio Sucuri”, afirmou.

O promotor Alexandre Estuqui reforçou que de qualquer forma, deve instaurar um procedimento para analisar se estão seguindo à risca a legislação.

 

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