No coração do sudoeste, Mata Atlântica sobrevive e encanta turistas em MS

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Todas as vezes que se fala de Bonito, Bodoquena e Jardim, a mente automaticamente viaja para o meio da natureza. Rios de águas cristalinas, fauna rica e uma flora típica do cerrado marcam a região que já se tornou referência fora de Mato Grosso do Sul. No entorno dos principais pontos turísticos desses municípios, no entanto, é a vegetação alta e densa da Mata Atlântica que encanta os olhos de moradores e visitantes.

Não é preciso pensar muito para imaginar esse cenário. Desde a década de 80, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena surpreende com suas montanhas de rochas calcárias, diferente de qualquer outra no Estado, e sua floresta que envolve campos alagados e rios.

É esse o maio trecho de Mata Atlântica de Mato Grosso do Sul, com 76,4 mil hectares. Boa parte dos atrativos naturais de Bonito, Jardim e Bodoquena também estão cercados pelo que já foi a segunda maior floresta tropical do Brasil.

“A vegetação de Bonito é bastante característica do cerradão, mas temos áreas significativas de Mata Atlântica naquela região”, lembrou o gerente de Unidades de Conservação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Leonardo Tostes Palma.

É o caso da Gruta do Lago Azul: a caverna que abriga um lago subterrâneo de cor azul intensa sob os raios solares, foi descoberta em 1924 por um índio terena e hoje é uma das mais importantes do patrimônio espeleológico nacional e um dos mais importantes atrativos naturais de Mato Grosso do Sul.

Além da região sudoeste, Mato Grosso do Sul também vive a Mata Atlântica em outro parque ecológico, o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, que cobre 73.345,15 hectares da área localizada na Bacia do Rio Paraná e abrange os municípios de Jateí, Naviraí e Taquarussu.

O parque foi criado em 1998 como a primeira Unidade de Conservação do Estado, um prejeto pensado para compensar a formação do lago da Usina Hidrelétrica Sérgio Motta. Hoje, tem estrutura para receber pesquisadores de várias áreas e já está sendo adequado para receber o público.

Somados, os trechos de Mata Atlântica em Mato Grosso do Sul formam a maior área contínua preservada do bioma no interior do Brasil. São mais de 1 milhão de hectares que compõem um mosaico de unidades de conservação no entorno do rio Paraná.

A Mata Atlântica cobria todo o litoral brasileiro desde o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Por estar na costa do país, foi o bioma mais devastado na medida em que a colonização avançou. Restam pouco mais de 12% da mata nativa preservada e por isso, ela foi reconhecida pela Unesco como reserva da biosfera, a maior em área florestada do planeta, com cerca de 78 milhões de hectares, sendo 62 milhões em áreas terrestres e 16 milhões em áreas marinhas, nos 17 estados brasileiros onde ocorre, o que inclui Mato Grosso do Sul.

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