As diversas faces do amor

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Por Tania Maria Pellin

Para o poeta falar de amor é fácil, como para Fernando Pessoa, O amor é uma companhia, ou para o Apóstolo Paulo, o amor nunca falho.  Para a maioria das pessoas, assim como eu, é difícil falar de algo que julgamos tão sublime, descreve-lo então, em poucas linhas, quase impossível, sendo que o mesmo é tão abrangente. Palavra de origem latina amare, amor, permaneceu com a mesma grafia do latim, ou seja, amor. Usamos no sentido de gostar de algo, de se preocupar com alguém.

Na sociedade contemporânea, o amor se expressa em diversas faces. O pintor o demostra através das telas, onde paisagens seduzem e fascinam a quem observa. Já o poeta, descreve o amor que desejava possuir, as palavras descritas, emocionam. Escritores e romancistas, o representa cheio de emoção e de sentimentos, como para Cora Coralina, onde o amor é uma oferenda aos seus momentos.

Tamanha perfeição, que chega a nos conduzir de encontro às palavras, nos faz sentir no lugar da pessoa amada descrita na poesia, e, envolvidos no enredo não conseguimos segurar aquela lágrima que insiste em cair pela face, como para Cecilia Meireles nunca desistir da busca de ser feliz.

Paulo de Tarso, assim descreve o amor na carta de 1 Coríntios 13: 4-7 “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Ou seja um sentimento sem usura, que deseja o bem, que está disposto a renunciar sua vontade em favor de quem se ama.

Na filosofia, analisamos o que era o amor para o filósofo grego Platão, algo essencialmente puro e desprovido de paixões, um agente de transformação e ordenação do mundo.

Para José de Alencar o amor tem a crença ingênua da eternidade; quem o sente acredita sinceramente que ele não se extinguirá nunca. Penso como ele. O amor ultrapassa as barreiras do imaginário, é uma ligação de alma, transcende os limites preestabelecidos pelo homem.

Mas será que existe um único tipo de amor? Se sua resposta foi não, o que tem em comum as suas faces? Que amor é esse amor que de tão sedento inventa fontes para saciar seus desejos? “Amar é descobrirmos a nossa riqueza fora de nós”, (Émile-Auguste Chartier). Existem sete tipos desta riqueza chamada amor: Ágape, Philia, Storge, Philautia, Pragma, Ludus e Eros.

O amor Ágape É o amor de Deus, um amor universal. É o amor que temos por estranhos, que não depende de filiação ou familiaridade. Um amor perfeito que faz bem à alma, que exercemos através da empatia.

O amor Philia, um amor fraternal entre irmãos, amigos. É o amor que acontece quando pessoas compartilham algo em comum, ele não é incondicional, ele exige que as pessoas tenham algo em comum desenvolvendo assim uma amizade.

O amor Storge, este é o amor familiar, de pai, mãe, é aquele sentimento que age na essência da família, é aquele amor que nos incentiva a apoiar os familiares em momentos difíceis. É o primeiro amor na vida de uma criança.

O amor Philautia, esse tipo de amor é conhecido como amor-próprio. Pode ser saudável ou mórbido. Saudável, simbolizada pela autoestima, autoconfiança e cuidado para com os outros. E, portanto, o amor direcionado a si e ao outro. Mórbido, representado pela vaidade, arrogância, orgulho, egoísmo e narcisismo.

O amor Pragma, um tipo de amor baseado no dever, no compromisso na praticidade, mais calmo, que se adquire com o tempo. É aquele tipo de amor que leva anos para se efetuar. Se adquire aos poucos, sem que possamos perceber, e de repente é amor.

O amor Ludus, considero este amor perigoso, é um tipo de amor sem compromissos, indulgente, brincalhão e provocativo. É o amor lúdico, que traz desejos de se divertir um com o outro. Um amor dos amantes. Almeja a curtição sem compromisso.

O amor Eros, este é fatal, quando nos surpreende, tem o poder de mudar vidas, desestruturar famílias, é um amor apaixonado. A mitologia grega o apresenta como um Cupido, que tem a função de unir as pessoas por meio das suas flechas mágicas. É o amor da posse, que se materializa na atração pelo corpo do outro para satisfazer o desejo. Trata-se do amor que sente falta de algo, e quer ter a posse dele. Ao ser saciado, esse amor cessa.

Para Carlos Drummond de Andrade, “se você sabe explicar o que sente, não ama, pois, o amor foge de todas as explicações possíveis. ”

E eu, o que eu falaria sobre o amor, vou usar uma conhecida frase de Sócrates, “só sei que nada sei. ” Deixo que você o entenda, e sussurre, o que é o amor? Empenhar-se num significado para tal, é como soltar bolhas de sabão, que se perdem em meio ao vento, poeira e risos de crianças.

 

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